quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

(Auto)avaliação: Um remédio caseiro por excelência

A autoavaliação é um conjunto de processos conduzido por uma equipa técnica constituída no âmbito de uma organização, ou de uma parceria, ou mesmo de um projecto, geralmente sob a forma de segregação ou autonomização de funções. Porém, a Comissão Europeia em 1997, num documento sobre a autoavaliação das iniciativas ligadas ao emprego e à empregabilidade, refere que mais que uma das formas de avaliar o exercício da autoavaliação é, antes de tudo, o primeiro passo para o processo de aprendizagem e de transformação individual e colectiva. Quanto mais preciso e metodológico for, mais benefícios serão obtidos por todos.

O processo da autoavaliação assenta numa reflexão conjunta que traduz as diferentes perspectivas e sensibilidades envolvidas, resultando para a qualidade da própria intervenção, para a sua acção e para os seus resultados, contribuindo com reflexões críticas e sistemáticas sobre a execução das actividades, o progresso dos objectivos, os mecanismos de tomada de decisão e de planeamento. Quero aqui expressar que a autoavaliação deve ser um exercício predominantemente de carácter qualitativo, apesar de todas as dificuldades inerentes, pois no caso de avaliações de processos de desenvolvimento local, a minha experiência indica que os aspectos qualitativos são tão ou mais importantes que os quantitativos.

O principal requisito a observar na realização da autoavaliação é que ela deve consistir num exercício colectivo, plural e amplamente participado, começando pelo(s) público(s)-alvo cuja consulta e envolvimento é indispensável, passando pelos parceiros sociais, os diversos actores socio-económicos, organizações e seu quadro de recursos humanos e todos os demais agentes e pessoas que, directa ou indirectamente, estejam envolvidos no projecto e nas diversas acções implementadas e cuja perspectiva será pertinente para a compreensão dos processos e a identificação dos resultados. Como tal, este espaço de discussão deve ser assumido, tal como defendido pela rede de avaliadores da Comissão Europeia, como uma real oportunidade de debate estratégico, da qual se devem retirar as devidas ilações, tanto para a intervenção como para a prática dos diferentes agentes envolvidos.

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